25: Reconcialiação

Estava lendo sobre o novo álbum da Adele, que será lançado em novembro.

Adele fez um comunicado em seu twitter sobre os 3 meses que ficou afastada e sobre o conceito do novo álbum, e esse comunicado me atingiu forte. Sabe aquela sensação de “não estou sozinha no mundo”? Minha terapeuta já me disse pra tatuar isso. Tenho tido essa sensação várias vezes ultimamente, ainda bem. Egocentrismo não tem nenhum glamour… segue o comunicado dessa diva que é a Adele (mais uma pra minha lista):

Quando eu tinha 7 anos, eu queria ter 8. Quando eu tinha 8, queria ter 12. Quando eu completei 12, queria ter 18. Após isso, eu parei de querer ficar mais velha. Agora digo que tenho entre 16 e 24 só para ver se passo despercebida! Eu sinto que passei minha vida inteira até agora desejando algumas coisas. Sempre desejando ficar mais velha, desejando estar em outro lugar, desejando lembrar e desejando esquecer também. Eu sinto que passei minha vida toda até agora querendo isso. Sempre desejando que eu fosse mais velha, desejando que eu estivesse em algum lugar, desejando poder lembrar e poder esquecer também. Desejando que eu não tivesse arruinado tantas coisas boas porque eu estava assustada e entediada. Desejando que eu não fosse tão certinha toda hora. Desejando que eu tivesse conhecido melhor minha bisavó, e querendo que eu não me conhecesse tão bem, porque isso significa que eu sempre vou saber o que vai acontecer. Desejando não ter cortado meu cabelo, querendo ter 1,70m. Desejando que eu tivesse esperado e desejando que eu tivesse me apressado também.

Meu último CD foi um sobre término e se eu tivesse que definir esse seria sobre reconciliar. Eu estou fazendo as pazes comigo mesma. Recuperando o tempo perdido. Compensando tudo o que eu fiz e o que eu não fiz. Mas eu não tive tempo para me agarrar ao passado como eu fazia antes. O que está feito, está feito. Completar 25 anos foi um ponto de transformação para mim, bem no meio dos meus 20 anos. Oscilando entre o final da minha velha adolescência e da minha vida completamente adulta. Eu tomei a decisão de ser quem eu serei para sempre, sem encher um caminhão de mudanças com as minhas antiguidades. Eu sinto falta de tudo sobre meu passado, as coisas boas e as ruins, mas só porque elas não irão voltar. Quando eu estava lá, eu queria sair. Tão típico! É sobre ser uma adolescente, saindo por aí e falando merda, sem ligar para o futuro porque isso não importava tanto quanto importa agora. A habilidade de ser irreverente sobre tudo e não ter consequência. Até mesmo seguir ou quebrar as regras… Que é bem melhor que fazê-las.

’25′ é sobre conhecer quem eu me tornei sem nem me tocar disso. E me desculpem ter demorado tanto tempo, mas sabe, acontece.
Com amor, Adele.

Estou com 25. Esse ano foi um ano de mudanças para mim. Primeiro, foi como um divisor de águas, da Carol menina para a Carol mulher em vários aspectos. Depois, foi uma montanha russa de emoções, de decepções e descobrimentos. E agora estou em uma fase de adaptação, me amando muito mais e me permitindo ser mais eu mesma. Tudo muito difícil, as vezes doloroso, mas acima de tudo gratificante. Claro que não foi do nada, mas acontecimentos fortes me levaram a isso e eu estou aprendendo com eles.

Não sei se é algum tipo de ‘crise dos 25 anos’, mas estou certa de que é um processo que todos precisam passar mais cedo ou mais tarde. Encontrar sua essência, lutar por você e acreditar no seu potencial. E mesmo com todas as pedras que coloquei encontrei no caminho, não importa, eu estou amando esse roteiro que estou criando para o meu próprio filme.

Obrigada querida Adele.

Paz.

*Atualização: Liberaram hoje, 23OCT, o novo single da Adele – Hello:

Impressões de Leitura: A GAROTA NO TREM

Vamos falar sobre achar que a vida dos outros é melhor que a nossa.

Garota no Trem

Terminei de ler mais um livro maravilhoso: A Garota no Trem, de Paula Hawkins. Um livro de suspense psicológico, muito envolvente e que está fazendo um sucesso enorme. Tanto que vai virar um filme!

Um dos fatos que me chamou atenção na história é que realmente o ser humano pode ser muito complexo e difícil de julgar. Até que ponto vai o certo e começa o errado? Quem pode medir quão suportável é a dor do outro? O quanto a fantasia pode nos distanciar da realidade sem que percebamos? Todas essas perguntas me sugiram durante essa leitura, mas a resposta ainda é muito obscura.

Os personagens me fizeram sentir raiva, ódio, pena e empatia por cada um deles e ao mesmo tempo, pois é isso que somos, uma mistura de duas partes: da maldade e da bondade, da razão e da emoção, do consciente e do inconsciente. Não dá pra separar, mas é fato que algumas vezes uma dessas partes se sobressaem, seja para o lado bom ou ruim.

Mas o que mais me chamou atenção não foi só essa ambiguidade humana, mas sim como temos a capacidade de diminuir nossas experiências e tudo o que conquistamos na vida, todos os ensinamentos que ganhamos com os tombos que levamos, para enaltecer a vida alheia. Olhamos através de uma janela fictícia para dentro da vida do outro e criamos uma imagem nada real, e desejamos trocar nossas experiências e tudo o que temos para viver essa fantasia. Mas a história de A Garota no Trem mostra que se sairmos da janela e abrirmos a porta da realidade vamos entender que todo mundo tem seus segredos, suas tristezas e dificuldades. Nada, simplesmente nada, é perfeito.

Eu recomendo muito essa leitura pois é uma história que prende muito a atenção e te instiga a tentar descobrir o que ocorreu, juntando as pistas dadas em certas situações durante a leitura. Dessa vez eu consegui decifrar o mistério um pouco antes de ser revelado! Ponto para mim.

Paz